sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Você e Você

Diz o I Ching:
Divino é saber
O que distingue
Você de você

Você dos outros
Do outro você
Você do mundo
Do você do ser

Você num canto
Vive o espanto
Enquanto o outro você
Sai pra viver
Por aí
Tanto pranto, tanta dor
Seu irmão Pede o seu amor

Diz o I Ching:
Divino é saber
São dois no ringue
Você e você

Você que ataca
Pra se defender
Que beija a lona
Pra poder vencer

Você num canto
Apanha tanto
Enquanto o outro você
Bate demais
Deus do céu
Quanto sangue pelo chão
Seu irmão
Pede o seu perdão

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Fora de Foco

O objetivo é muito simples, muito claro, muito prático: A Filha deve entrar no ringue contra O-Cansaço-Da-Farra-Da-Noite-Anterior - travado na reabertura de boate - acordar cedo com o despertador martelando seu cérebro, praticar auto-mutilação jogando água gelada no rosto, levar A Irmã no aeroporto junto com A Agregada a fim de ter algém em quem despeje sua verborragia durante a longa volta para casa, e retornar cedo super disposta a trabalhar! Perfeito! Casa - Aeroporto - Casa = trabalho super produtivo.

No meio da caminho, A Irmã - se afogando de paixão pelo Cara, objetivo único e exclusivo da ida a São Paulo - liga para A Mãe a fim de se despedir. A Mãe - eternamente sofrendo de saudades da Filha e da Irmã - se convida para acompanhá-las até o aeroporto. A Filha, A Irmã e A Agregada passam para pegar A Mãe. Pronto! Primerio desvio. Casa - Mãe - Aeroporto - Casa = trabalho produtivo.

No caminho, A Irmã inteja no ar comprimido do carro, seu cada vez mais crescente nervosismo - provocado apenas pelo pensamento de reencontrar O Cara - tornando o ar comprimido do carro, cada vez mais denso. Alívio geral ao chegar no aeroporto. Beijinhos, tchauzinhos, desejos de boas viajenzinhas... A Irmã sai saltitante em direção a porta com sensor para captar calor e assim abrir-se automaticamente, e A Mãe entra no carro faminta. A Filha tem que voltar para casa pra trabalhar. A Mãe usa a já batida chantagem você-nunca-da-atenção-para-a-sua-mãe. Pronto! Segundo desvio. Casa - Mãe - Aeroporto - Café - Casa = trabalho

Salvador Shopping também está com fome e vai encher a barriga com o dinheiro que A Filha não tem. Mas ele só tem direito a uma entrada, porque A Filha tem tudo sobre controle: entra, come e volta para casa pra trabalhar. A Filha estaciona. Sobem a escada rolante. O friozinho gostoso do ar condicionado vai penetrando na pele, a luz suave do ambiente começa a confortar os olhos, as cores das lojas se esticam para abraçar a alma, o cheiro de novo invade violentamente as narinas e as roupas das vitrines machucam os ouvidos implorando por socorro!!! A Filha rapidamente reune toda a força do corpo para manter a cabeça contemplando o chão impecavelmente limpo. As roupas agarram-se ao vidro desesperadas, choram rios por misericórdia, exalam infelicidade por viverem penduradas e trancadas em apertados cubículos, necessitam do calor do corpo humano para sobreviver... Pronto! Terceiro desvio! Casa - Mãe - Aeroporto - Café - Loja - Casa = e o trabalho?

Depois da entrada - três cafés, um salgado e um bolo - Salvador Shopping ganha o proto principal com o dinheiro que a filha continua não tendo. Depois de muita discussão, indecisão e esforço para salvar apenas uma sandália e duas blusas - uma da Filha e outra da Mãe, A Agregada é vacinada contra chantagem emocional de seres irracionais - conseguem resgatar o auto controle e saem correndo da grande barriga roncadora, não sem antes contemplarem mais algumas prisioneiras. A Mãe, que mora ao lado do Shopping eternamente faminto, recebe telefonema e precisa voltar para casa correndo. A velha tática não falha: você-vai-deixar-sua-mãe-voltar-para-casa-andando? Pronto! Quarto desvio! Casa - Mãe - Aeroporto - Café - Loja - Mãe - Casa = trabalho? Que trabalho?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Porque não o Rosa?

A Mãe acorda com uma compulsão súbida por reformar o quarto do seu filho de dois anos:
- "Diga filhote amado da mamãe, de que cor você quer seu quarto meu príncipe?"
-"Pode ser qualquer uma mamãe?"
-" A que você quiser querido!"
-"Rosa!"
A Mãe quase cai para trás, coitada. Toma ar:
- "Rosa não pode meu filho..."
O filho não entende, afinal, a Mãe disse "qualquer uma", e até onde ele havia aprendido, rosa era apenas mais uma cor, igual as outras.
-"Porque?"
A Mãe respira fundo. Voz trêmula:
- "Escolha qualquer outra cor menos rosa querido."
A incompreensão cresce na cabeça do filho: será que rosa é uma cor má? Será que vou ficar dodói se eu gostar de rosa? Será que mamãe vai deixar de ser mamãe por causa do rosa?
-"Porque?"
A Mãe não consegue esconder o nervosismo. Suando:
- "Por favor querido, já disse que essa cor não pode."
O filho continua divagando: será que papai vai embora para sempre se eu quiser rosa? Será que vou ser feio se pintar meu quarto de rosa? Será que papai do céu vai levar meus brinquedos embora se eu escolher o rosa?
- "Porque?"
A Mãe tenta evitar um colpaso nervoso. Cara de paisagem:
-"Seu quarto vai ser azul! Vai ficar lindo!
O filho fica ainda mais confuso: será que o azul é bom e o rosa é mau? Será que o azul é bonito e o rosa é feio? Será que o azul é esperto e o rosa é burro?
-"Porque?
A Mãe se entrega ao desespero. Grita:
-"Porque rosa é cor de meninaaaaaaaaaa!!!"
E o filho: " Quem disse?"

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Artista do Mês: ROBERT LONGO



Robert Longo nasceu em 1953 no Brooklyn, NY. Ele cresceu no subúrbio de Long Island, onde na juventude, participou de diversas atividades artísticas. Longo desenvolveu uma fascinação precoce por todas as formas de mídia em massa; especialmente filmes, televisão, revistas e quadrinhos. Essas influências ainda são incorporadas ao trabalho artístico que ele produze hoje. Robert Longo foi educado na State University College, em Buffalo, NY.


Embora tenha estudado escultura, Longo sempre preferiu o desenho como forma de auto-expressão. Contudo, a influência da escultura penetra em sua técnica, na medida em que seus “retratos” tem um traço distinto que parece dar aos seus desenhos uma qualidade tridimensional. Longo usa o grafite como se usasse argila, moldando-o para criar imagens como as das figuras retorcidas e dançantes da sua série “Homem nas cidades”.

Para criar trabalhos como Barbara e Ralph, primeiro Longo projeta as fotografias dos seus personagens num papel e desenha as figures em grafite, eliminando qualquer detalhe do fundo. Depois de registrar os contornos básicos, sua assistente Diane Shea, continua trabalhando na figura durante mais ou menos uma semana, preenchendo os detalhes. Depois, Longo volta ao desenho, usando uma combinação de grafite e carvão a fim de atingir, como ele mesmo diz: “todo o trabalho cosmético”. Neste estágio do trabalho, ele faz diversas modificações na figura. Algumas sutis: talvez um pouco mais de definição no ombro ou um tom mais escuro no sapato. Outras radicais: um sujeito, que na fotografia original usava jeans, no desenho, pode acabar num par de calças preta formais. Longo continua trabalhando no desenho fazendo diversas modificações, até que depois de uma semana, consegue concluí-lo.

Renascimento

Ontem achei o esconderijo de um amigo perdido.
Ontem achei o caminho da paz.
Ontem achei o portal da felicidade.
Ontem achei a chave da beleza.
Ontem achei a entrada da minha alma.
Ontem achei a fonte da juventude.

Descobri o dicionário da vida.
Descobri que meu pulso canta, que meu coração dança, que meu espírito brinca.

Hoje parto numa nova jornada.
Acompanhada de mim, parto numa jornada para conecer as trilhas que abri.
O caminho é longo e eu não vejo o fim, mas minha companheira aperta nossas mãos e me diz: "a recompensa está no caminho que você percorre e não no fim."

Piquinique

Um pinquinique no parque para celebrar a vida!!!





A casa... O morador...




O visitante...

Esse Turbilhão

Eu sou uma alma prestes a entrar em erupção.
Eu sou um cérebro em ponto de ignição.
Eu sou um coração quase em explosão.
Eu sou um pulomão inchado de dúvidas, um rosto ardendo em ânsia, um corpo tremendo de emoção.
Sou mãos que apanham incertezas e pés que levam à um deserto de multidão
Será que existe elemento capaz de aplacar esse turbilhão?

Doce/Amarga Vida!

A vida é uma grande expectativa. Você vai dormir planejando o amanhã e pedindo ardentemente que seus sonhos sejam alcançados. Você passa o dia cumprindo obrigações e traçando metas e quando a noite chega, você deita a cabeça no travisseiro e se pergunta: "Será que eu vou conseguir?". Um novo dia começa e você busca aquela confiança e positivismo de que tanto lhe falam. Se sente poderoso, capaz, cheio de energia e garra. Tudo vai dar certo, está tudo planejado na sua cabeça, você vai vencer! Derrepente, não se sabe porque, a vida lhe dá um arrastão e você vai de encontro ao chão. "Mas como? Não era para ser assim!". Uma onda de decepção toma conta do seu ser. "E agora, como é que vai ser?"

A vida é uma grande lição. As vezes, você pode acertar de primeira de tirar um 10! Parabéns! Mas as vezes você tem que refazer o exercício, procurar uma outra fórmula para chegar àquela equação. E ai sim, tirar o tão desejado 10! Parabéns! Já outras vezes, você é reprovado em matemática e descobre que, afinal, aquele não era seu forte e que você é muito mais feliz fazendo um esporte. Parabéns!

A vida é uma caixinha de surpresas. Que mania de controle você tem! Não tente adivinhar o que essa caixinha contem, abra e se deixe surpreender. E nem tente pegar a caixinha do vizinho, a sua está a caminho. Qual será o próximo presente que a vida te trará? Com certeza será mais gostoso se você souber esperar.